O texto “O Banqueiro Anarquista” (1922) de Fernando Pessoa, único conto publicado em vida pelo autor, utiliza uma linguagem filosófica para expor as ideias de Pessoa sobre a liberdade. O conto, lançado na primeira edição da revista “Contemporânea” em Maio de 1922, apresenta um banqueiro que se autodenomina anarquista. A contradição entre capitalismo, revolução e anarquismo é central, mas o personagem principal subverte esses conceitos através da lógica.
No conto, o banqueiro, ao ser questionado por um velho amigo, defende que pratica o verdadeiro anarquismo combatendo o sistema a partir de dentro. Ele se refere a essa prática como a luta contra a “Tirania das Ficções Sociais”, que inclui a religião, o Estado, a família e, principalmente, o dinheiro. O banqueiro explica que acumulou riqueza justamente para não ser influenciado por essas ficções, revelando que utilizou quaisquer meios necessários para alcançar a liberdade individual.
Descrito como uma “sátira dialética” e um “conto do raciocínio” pelo próprio Pessoa, a narrativa se desenrola em um diálogo entre um personagem anônimo e um ex-operário que se tornou banqueiro. Este último descreve seu desenvolvimento e busca demonstrar logicamente sua condição de “anarquista”, tanto na teoria quanto, na prática. O conto tem um caráter universal e atemporal, apresentando um diálogo que poderia ocorrer em qualquer lugar do mundo ocidental.
O ponto central do conto é a aparente contradição entre a profissão do personagem (banqueiro) e sua ideologia (anarquismo). Pessoa utiliza essa tensão para explorar e subverter os conceitos tradicionais de anarquismo e capitalismo, demonstrando como a lógica pode ser utilizada para justificar posições paradoxais.
O banqueiro vê instituições como a religião, o Estado, a família e o dinheiro como “ficções sociais” que limitam a liberdade individual. A crítica de Pessoa é direcionada à maneira como essas estruturas são internalizadas e perpetuadas na sociedade, influenciando o comportamento humano.
O uso da lógica para sustentar argumentos paradoxais é uma característica marcante do conto. Pessoa cria um personagem que, apesar de suas ações contraditórias, busca consistentemente a liberdade individual, oferecendo uma perspectiva filosófica sobre a luta contra as estruturas de poder.
A descrição do conto como “sátira dialética” indica que Pessoa utiliza o humor e a ironia para questionar e criticar tanto o anarquismo quanto o capitalismo. A figura do banqueiro anarquista é, em si, uma sátira às ideologias que professam a liberdade, mas frequentemente se tornam opressoras.
A discussão sobre liberdade e a luta contra as instituições opressoras é apresentada de maneira que ressoa com questões contemporâneas, tornando a obra relevante para além do contexto histórico em que foi escrita. A universalidade do diálogo reforça a ideia de que os dilemas sobre liberdade e poder são constantes na experiência humana.
Em suma, “O Banqueiro Anarquista” é uma obra complexa que desafia as concepções tradicionais de ideologia e poder, utilizando a lógica e a filosofia para explorar profundas questões sobre a liberdade individual e as estruturas sociais.
Um pouco sobre mim
Nascida da experiência literária de seus criadores, os poetas e escritores Luís Roxo e Barata Cichetto, a Editora Poetura chega vocacionada à publicação especialmente de livros de poesia, mas logicamente abrangendo outros gêneros literários, como contos, crônicas, ensaios, etc..
Roxo e Cichetto, também artistas multitarefa, juntaram suas forças compartilhando suas vastas experiências na área editoral,, inclusive dentro da própria UICLAP.
O nome da Editora foi “emprestado” da revista literária Poetura, criação de Roxo em 2023, e que vem todos os meses sendo distribuída para todo o mundo lusófono. A palavra em si diz a sua própria intenção e foi inventada por Luís Roxo.
Luís Roxo tem 57 anos, é português, nascido em Coimbra e mora em Porto Alegre, Brasil. Desde muito cedo se revelou ter um talento para a escrita, pintura e música. Considera que a arte é a sua forma de estar e respirar, evocando que todos somos pequenas partículas com alma, que pertence ao corpo do Criador, por isso busca a trilogia da alma e da criação, através da palavra que nasceu antes do Universo, da paisagem pictórica e do som, notas uma a uma que compõem a sinfonia da vida.
Barata Cichetto tem 66 anos é paulistano e atualmente mora em Araraquara, no interior do estado de São Paulo. Já publicou 28 livros, sendo que 13 são de poesia, quase todos autoeditados, seja por sua Editora Artesanal, ou por plataformas com Amazon e UICLAP. Foi também Projetista e Analista de Qualidade.
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