Luís Roxo – O SILÊNCIO DOS PÁSSAROS 2024
Luís Roxo, nasceu em Coimbra, Portugal. Desde muito cedo se revelou ter um talento para a escrita, pintura e música. Considera que a arte é a sua forma de estar e respirar, evocando que todos somos pequenas partículas com alma, que pertence ao corpo do Criador; por isso, busca a trilogia da alma e da criação, através da palavra que nasceu antes do Universo, da paisagem pictórica e do som, notas uma a uma que compõem a sinfonia da vida. Aqui ficam fragmentos por onde Luís Roxo pisa suavemente em silêncio o espaço, o tempo e o interminável infinito do universo e da alma.
Entre exposições de pintura, eventos de poesia e música, na comunicação social tanto escrita como nas rádios, e publicações de seus livros, Luís Rôxo acaba por fundar em 2021 a TVR Cultura com sede no Brasil e Portugal, televisão e rádio que divulga novos artistas independentes do mundo inteiro e promove também espetáculos de letras e artes. Em 2023 cria a revista de literatura Poetura, Poetas e Escritores independentes, referência primeira na história da literatura nos países Lusófonos e também editora. E finalmente, em 2024, cria o Instituto Iluminar instituição dedicada à exploração e integração dos grandes temas que moldam a existência humana: ciência, espiritualidade, filosofia e os mistérios cósmicos.
Existe eternidade?
Se existe onde começa e acaba?
Nós somos eternos?
E se somos para que propósito?
O que significa a eternidade?
O que significa ser eterno?
Como viemos de lá?
Como se vai para lá?
Como se alcança a eternidade?
Mas que fazemos nós para merecer a vida e morte?
O SILÊNCIO DOS PÁSSAROS 2024
O SILÊNCIO DOS PÁSSAROS 2024
O teu olhar dilatava-se até aos cedros do jardim, leio penumbra nos teus olhos longes de mim.
O teu olhar vagueava pelo mundo dos homens efêmeros, do mundo dos homens ao contrário, nesta barca do inferno, neste gélido Inverno.
Era tempo de um tempo ao contrário,
Era tempo de um mundo louco,
Era tempo de um mundo tão cheio de pouco.
A barca do inferno tinha ancorado no cais da cidade, as nuvens cinzentas moravam nos telhados das casas e dos prédios negros desbotados, a morte bebia o sangue dos homens de pés de barro, as estátuas da cidade há muito tinham deixado as praças e os jardins, praças desnudadas de tantos nadas. As sombras comiam as últimas folhas verdes das árvores, o vento ferozmente rente ao chão, varria qualquer sinal de sorrisos, de abraços, de enlaços. A vida deu lugar à morte num movimento repetitivo, monótono, seguido.
E foi quando, nesta pequena manhã trêmula de Inverno, os teus olhos se levantaram da penumbra das sombras, da raiz das árvores, do fundo dos oceanos.
E foi quando, nesta pequena manhã trêmula de Inverno, os teus olhos se levantaram no meio das ruas, engolindo as pedras e as sombras.
E foi quando, com o teu olhar a chorar, que molhastes todos os pássaros em silêncio, e todos os pássaros ressuscitaram por dentro das árvores, por dentro das pedras, por dento das sombras que comiam as folhas verdes, por dentro das praças e dos jardins sem estátuas.
E foi quando, quando, quando, o teu olhar fez eco em todas as montanhas da Terra, o teu olhar profetizava no meio deste gélido Inverno uma nova Primavera, uma nova era, onde a vida seria eterna, onde a vida seria fraterna.
O teu olhar não tinha tempo, esse seria um segredo que só os pássaros sabiam, e os pássaros ressuscitados, levantaram-se por dentro das nuvens cinzentas, voaram para dentro da alma da cidade, para dentro da alma das estátuas…
E foi quando, quando, quando, quase que por milagre, em toda a cidade se fez luz, desde os cedros do jardim até ao cais sem fim, porque o teu segredo era o teu olhar sem tempo. Porque, o teu olhar…
O teu olhar era o imensurável infinito do amor, não propunha nada aos homens, e por isso, era o mais belo dos olhares.
O SILÊNCIO DOS PÁSSAROS
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Os direitos morais do autor foram assegurados.
Autor: Luís Roxo.
ISBN: 978-65-00-81496-5
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